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Jul 16, 2023

Análise: Razer Lycosa

Para os jogadores mais hardcore, falar em Razer não passa despercebido e todos reconhecerão que se trata de uma das marcas que mais e melhores soluções de acessórios para “Gamming” apresenta (como bem o diz o seu lema “For Gamers By Gamers”). Conta já com um longo historial de produtos de grande qualidade e que ao longo de vários anos tem amealhado uma autêntica legião de fãs. São já vários os seus produtos que aparecem associados a títulos como World of Warcraft, Mass Efect 3 e Tron, entre outros, com modelos e/ou decorações exclusivas e dedicadas.

O Lycosa, mesmo não sendo um produto novo (lançado em finais de 2007), é um teclado que devido à sua qualidade tem conseguido manter-se como uma das escolhas de muitos aficionados do jogo. Em termos de gama, este pertence à chamada gama intermédia (expert) da Razer, sendo que a principal diferença a registar em relação à gama de topo (elite) é o mecanismo de pressão das teclas (mecânico) que dá a este último uma precisão superior.

Este teclado apresenta-se com misto de acabamento preto polido na moldura e um acabamento matte de borracha sobre as teclas que ajuda a manter os dedos posicionados sem escorregar. É um teclado de teclas curtas (baixo perfil), à semelhança dos teclados de portáteis, mas com um toque e resistência mais robusto e preciso. A Razer incluiu neste modelo um conjunto de 3 modos de iluminação que permite configurar a luz de fundo das teclas numa de três opções: desligada, modo gamer (apenas as teclas mais comuns para jogos, leia-se WASD iluminadas) e modo completo (todo o teclado iluminado).

Em termos de funções especiais, é-nos oferecida a possibilidade de atribuir macros às teclas via a interface gráfica do software disponibilizado com os drivers e um sistema de deteção multi-tecla associado às teclas WASD para uma resposta sem falhas. Está igualmente presente um conjunto de teclas multimédia tácteis que permitem controlar a reprodução de conteúdos multimédia.

O teclado serve ainda de extensão de por exemplo headphones com microfone, apresentando na sua parte traseira as portas de input e output para os “jack 3,5” e ainda uma porta USB para que se possa ligar outros periféricos.

A cereja no topo do bolo, pelo menos em termos visuais, é o símbolo retro iluminado da marca que aparece no meio do painel de teclas multimédia (é um toque estético que fica sempre bem assinalar).

Em termos de usabilidade, é talvez um dos melhores teclados por nós experimentados, pecando principalmente por estar disponível (pelo menos pelo que nos foi possível determinar) apenas em “layout EN-US”. Possui um acessório de apoio para os pulsos removível que segue a linha do teclado integrando-se perfeitamente com o design e torna-o mais ergonómico e confortável para longas horas de utilização.

Como já foi referido, a Razer fornece um conjunto de drivers e respetivo software de controlo das funcionalidades avançadas do teclado, como é o caso da definição e atribuição de macro às teclas pretendidas. Permite também a configuração de modo de jogo, que desativa a tecla de Windows para evitar os enganos que podem custar caro no meio de um jogo.

Finalmente, resta referir que se trata de um acessório para o sistema operativo Windows (XP, Vista e 7), e que os drivers e suporte existente são apenas para esta plataforma.

Para testar o comportamento deste teclado, pegámos em alguns jogos e passámos umas horas a “testar” intensivamente este hardware.

Portal 2, Call of Duty, Battlefield – pode-se dizer que na sua maioria, os jogos de primeira pessoa, nomeadamente os First Person Shooters, são exigentes quer do jogador quer do equipamento que usa. É talvez nestes jogos que o comportamento abusivo dos jogadores é mais notório e também nestes que se consegue perceber que um bom equipamento pode fazer a diferença. Neste teclado da Razer temos isso mesmo, um equipamento robusto e com uma performance irrepreensível em conjunto com um conforto que permite longas horas de jogo sem que os braços, pulsos e dedos se ressintam. O tempo de resposta ao pressionar das teclas é muito curto (o que é bom!) e o sistema de deteção multi-tecla permite que sejam pressionados em simultâneo várias teclas sem que estas se sobreponham umas às outras e se anulem entre si.

Orcs Must Die – Este jogo combina um misto de ação na terceira pessoa, com elementos ao estilo “Tower Defense” que alterna entre momentos em que é necessária muita interação e dedos rápidos e momentos em que se tem de acalmar e pensar na estratégia a seguir. Em ambas as situações vemos no teclado um equilíbrio entre o conforto na utilização e a precisão com que as nossas ordens são interpretadas ao carregar nas teclas. O alternar entre cada uma das utilizações é completamente imperceptível pois a resposta ao pressionar dos botões é sempre imediata e sem falhas.

Utilização diária – Como utilização diária, leia-se a utilização normal de um teclado no dia-a-dia, para escrever documentos, e-mails e navegação na internet. Este é talvez o pior cenário de utilização deste teclado que apesar de permitir um conforto e ergonomia acima da média, tem também o problema do layout já referido. Mesmo que se coloque a configuração de layout em PT, se são daqueles que escrevem sem dar atenção às teclas que pressionam e sem olhar a pontuação e acentos, então não terão problemas de maior. Para todas as outras utilizações, terão a vida bastante dificultada.

Em conclusão, este é um acessório a que muita gente dá pouca atenção, mas isso talvez seja pelo facto de nunca terem encarado os teclados como acessórios de jogo a sério. Tal como já referimos, é talvez um dos melhores teclados que já tivemos em nossa posse e trata-se de um equipamento que vale a pena experimentar.

Este teclado é uma excelente escolha pois mesmo não sendo de topo, apresenta-se como gama média alta e sempre com o carimbo de qualidade da Razer. Em termos de desempenho, pode-se dizer que é irrepreensível e que se o seu funcionamento não é o esperado, provavelmente a culpa é do utilizador! :)

Uma das partes menos positivas prende-se com a utilização prolongada em ambientes quentes, pois o suor na superfície de borracha irá fazer com que esta ganhe sujidade rapidamente e fique entranhada. Mas isto não é nada que não se resolva com um pano húmido e um pouco de esfrega.

Outro ponto que achamos menos positivo trata-se do preço a pagar por um acessório deste tipo que certamente fará afastar muitos jogadores. Principalmente porque por pouco mais de metade do preço se pode adquirir o modelo inferior (Razer Arctosa). Este sacrifica apenas detalhes como a retroiluminação, a superfície de borracha e a extensão USB e de inputs para os headphones.

Infelizmente, um dos pontos que achamos ser positivo acaba por ser também negativo. Estamos a falar da superfície de borracha das teclas enquanto forma de evitar que os dedos saiam do seu lugar. Esta superfície tal como todas as superfícies de teclados que já utilizámos, irá acabar por se desgastar e quando isso acontecer, deixará de ser um ponto positivo. Também suspeitamos que uma utilização mais agressiva e abusiva ou a queda de algum objeto sobre o teclado irá danificar a borracha (afirmamos isto apesar não termos experimentado para não danificar o equipamento).

Características e UsabilidadeSoftware e CompatibilidadeEm UsoPortal 2, Call of Duty, BattlefieldOrcs Must DieUtilização diáriaConclusão
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